Suores de Mel e a Morte Não Terá Domínio
HUGO CALHIM CRISTOVÃO & JOANA VON MAYER TRINDADE
SINOPSE
A criação de dança, Suores De Mel E A Morte Não Terá Domínio, ocorre cinquenta anos após o momento revolucionário do 25 de Abril e trata a Dança como insubmissão e revolução dionisíaca de Heterodoxia. Em articulação com 1) Heterodoxias de Eduardo Lourenço, 2) a Heteronímia de Pessoa, 3) Mitologias de Eudoro de Souza, 4) a poesia sensual de Natália Correia, 5) de Luiza Neto Jorge, 6) o novo dionísiaco de A. O. Spare, 7) a pesquisa de K.Kerenyi, 8) o Symposium de Platão, 9) o recuperar de Diotima de A.Silva, 10) a epopeia Dionisiacas de Nonus, censurada nos cânones construídos e reconhecidos do épico, e 11) a Filosofia/Dança de Nietzsche, que se mantém da criação anterior.
Inicialmente, era de mel a embriaguez dionisíaca de insubmissão, de cavernas onde se dizia que as abelhas suavam mel. Como os humanos quando o calor lhes torna a pele rubra e a “mania” os assola para longe da pulsão coletiva para o conforme, manifestando-se como dança de urgência no amplexo, dança urgente de dionisíaca entidade sexualizada e multiforme, em constante mutabilidade nas entranhas, revolta das árvores e da floresta em silêncio, transgressão de identidades convictas, transgressão de terceiros excluídos. Dança de irresolúvel dialéctica, saturnália em resolução sempre por ser, dança ininterrupta de loucos, dança de inversão de uma socialização restrita em códigos e papéis, ordenações e progressões. Dança das pulsões que eclodem no mover-se da insubmissão e esporeiam a criação para um caminho de heteronomia, na dança insane e fervida, um arder dionisiaco, obsessão e revolução.
Presentes insubmissos da arte em movimento e da política em movimento, porque “os deuses não nos querem de joelhos. Para que saibamos ser no silêncio que a seguir se sonha e se pisa “hóspedes da santidade que não se manifesta”, para que a lição das revoluções não seja a de que nada se aprende com as revoluções porque nada na insurgência é já do presente e tudo no presente mete medo sem meter no medo o assombro. Sem convocar inscrita em dança a “carne que enfeitiça o além” (Natália Correia).
Hugo Calhim Cristóvão & Joana von Mayer Trindade
Créditos
Direção, coreografia, dramaturgia e formação Hugo Calhim Cristóvão & Joana von Mayer Trindade Bailarinos Sara Miguelote, Michele Simi, Beatriz Coelho, Lucia Marrodan Música e sonoplastia João Oliveira & NuIsIs ZoBoP Desenho de luz Luís Silva Figurinos UN T Cenografia Jérémy Pajeanc & NuIsIs ZoBoP Teoria e Filosofia Hugo Calhim Cristóvão, Joana von Mayer Trindade, Celeste Natário, Carlos Pimenta, Cláudia Marisa, Cristina Aguiar, Ezequiel Santos, Hugo Monteiro, Rui Lopo, Mário Correia, Manuela Hargreves, Nuno Matos Duarte, Chris Page, Afonso Becerra, Armando Nascimento Rosa, Luis Ramos, Pedro Fíuza, Sofia Vilar Soares | Documentação, Entrevistas: Cláudia Galhós, Cristina Aguiar Vídeo Os Fredericos Fotografia Alípio Padilha, João Peixoto Produção executiva NuIsIs ZoBoP e Joana Domingues Coprodução Theatro Circo de Braga, Teatro Municipal de Bragança – Algures a Nordeste Festival de Dança Contemporânea, Casa Varela – Centro de Experimentação Artística, Cine Teatro-Louletano Residências artísticas Casa Varela-Centro de Experimentação Artística, Circolando, Ágora-Cultura e Desporto, Centro de Criação do Candoso-Fábrica Asa, Ginasiano e Kale/Armazém 22, Centro de Criação e Investigação Nuisis Zobop-Espaço Agra Parcerias Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Instituto de Sociologia da Universidade do Porto – FLUP, Escola do Superior de Educação do Porto, Escola Superior de Arte Dramática da Galiza, ESMAE-Escola Superior Música e Artes do Espetáculo do Porto, Universidade Lusófona do Porto, Fórum Dança Apoios Ágora – Cultura e Desporto, Abril Dança Coimbra / Teatrão Apoio Internacionalização Fundação Calouste Gulbenkian
Conversas Temáticas
A NuIsIs ZoBoP inicia no dia 20 de março, no Espaço Agra, no Porto, em conjunto com o Instituto de Filosofia e com Cristina Aguiar, um ciclo de quatro debates centrados em “Arte/Heterodoxia/Transformação” sob o estímulo da "dança como rebelião do outro em nós". Pretende-se fraturar processos de conformidade e dilatar as fronteiras da normalização do conceito e da prática da arte, despida de influências meramente discursivas que a constrangem para ortodoxia e previsibilidade e/ou para o colaboracionismo em ato com o que nos oprime. Não se incitam o(s) fenómeno(s) artísticos como apenas entretenimento e luxo, dispensável ou substituível mas como uma força ética de vitalidade e inconformismo lúcido criticamente necessária na a) agência consistente propiciadora de transformação política, b) no questionamento situado e local das estruturas de poder e de dominação, c) no desfazer dia a dia de normatividades fáceis que perpetuam e replicam o idêntico e a superficialidade. Vemos esta vitalidade lúcida e informada tão fundamental e basilar para o crescimento do humano como o são a alimentação, o abrigo, a educação: prática essencial para a consecução de autonomia e da coragem de agir com humanidade. Nesse sentido, cruzamos no primeiro debate três expressões criativas potenciadoras de uma impulsão para a Heterodoxia : a arquitetura real e a (im)possível, o teatro ou a teatralização dita documental problematizando a distinção ficção/não ficção, a dança como documento e memória não discursiva de acções de revolta e de humanização.
A NuIsIs ZoBoP e o Instituto de Filosofia da Universidade do Porto retomam no dia 18 de junho, no Espaço Agra, o ciclo de debates temáticos Arte e Heterodoxia, convocando agora as linguagens visuais na arte e o poder comunicacional que delas emerge. Nesse sentido, cruzamos no segundo debate quatro expressões criativas potenciadoras de uma impulsão para a Heterodoxia: o cinema/documental na reescrita de narrativas socioculturais e de reflexões, a fotografia documental como revelação de realidades negligenciadas ou escondidas, a fotografia de cena como ferramenta de evocação de respostas emocionais e de registo estético, e a capacidade do Butoh em desafiar convenções estéticas do belo.
Seminários de Investigação
DIGRESSÃO
Ante-estreia – Festival Abril Dança em Coimbra
25-04-2024 | 21h30 Oficina Municipal de Teatro -Teatrão
Estreia - Cine-Teatro Louletano | Loulé 31-05-2024 | 21h30
Festival Laiks Dejot / Time to Dance Riga | Letónia 10-06-2024 | 19h
Teatro Municipal de Bragança 11-09- 2024 | 21h30
Theatro Circo de Braga | 20-09-2024 | 21h30
Teatro Helena Sá e Costa | Porto 12-10-2024 | 21h30
Cine-Teatro de Pombal | Pombal 31-10-2024 | 21h30
Nuisis Zobop
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Produção eXECUTIVA
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